REPORTAGENS | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
No dia-a-dia do campo ou na estrada, a picape Ranger supera a S10. Mas, apesar do espaço extra para mais dois passageiros, as duas não oferecem tanto conforto para quem senta no banco de trás. Wilson Toume, com fotos de Germano Lüders Cargas mais altas vão melhor na Ranger Anastácio e Diamantino são dois fazendeiros que não abandonam a vida do campo por nada desse mundo. Amigos e vizinhos, eles compraram picapes médias para realizar tarefas do dia-a-dia em suas propriedades. Apesar do ritmo de vida semelhante, optaram por carros diferentes, embora façam as mesmas exigências: motor forte, boa capacidade de carga e um mínimo de conforto. Anastácio comprou uma recém-lançada Ranger XLT, da Ford, por R$ 38.620, enquanto Diamantino preferiu a S10 DLX, da General Motors, um pouco mais em conta (R$ 32.580). Em comum, as duas trazem cabine dupla e são movidas a diesel. Como o olho do dono engorda a boiada, os dois costumam tocar pessoalmente os negócios de suas fazendas. Usam as picapes para transportar blocos de feno, galões de leite e implementos agrícolas. "A S10 é ideal porque, embora não seja tão grande quanto a Silverado, não deixa a desejar no trabalho pesado", definiria Diamantino. Anastácio apontaria outra vantagem das picapes com cabine dupla: "Nos fins de semana, são ótimas para passear com a família, como se fossem um automóvel convencional. E nas viagens acomodam muita bagagem". É mais fácil carregar a caçamba da S10 Clima de rivalidade Os personagens são fictícios, mas poderiam muito bem ser tirados da vida real. A reportagem de QUATRO RODAS encarnou o cotidiano desses dois proprietários, mostrando as observações que cada um provavelmente faria ao utilizar as picapes diariamente. Como é de costume para quem possui carros assim, seria criada entre os donos uma certa atmosfera de rivalidade para saber qual é o melhor. Por isso, resolveriam promover um tira-teima, como o que a QUATRO RODAS fez. No final das contas, a Ranger foi a vencedora, inclusive nas provas de desempenho. Vestidos a caráter, com chapéu e botas de vaqueiro, e ouvindo músicas sertanejas no rádio, logo ao raiar do sol eles iriam para a primeira tarefa do dia de batente: carregar a caçamba. Aqui, surge a constatação: é um pouco mais fácil colocar o material na caçamba da S10 por ela estar mais rente ao chão (78 cm, contra 82 cm da Ranger). Quando estivessem ajeitando os utensílios na caçamba, os dois lamentariam a inexistência de ganchos para prender melhor as cordas. Há apenas quatro do lado de dentro, o que pode dificultar a fixação de uma carga maior. O pior é que se os dois "picapemaníacos" quisessem furar a lataria para colocá-los, perderiam a garantia de fábrica contra corrosão. Se é mais simples encher a caçamba da S10, a Ranger, por sua vez, carrega mais peso. Ela suporta até 1090 kg, contra 1010 kg da S10. A diferença não é pouca para quem anda sempre com a picape cheia: equivale a quase três sacos grandes de cimento. Completamente carregada, a Ranger também se mostrou superior na pista. A razão é que, apesar de utilizarem motores semelhantes - 2.5 turbo -, o da Ranger desenvolve 115 cv de potência, contra 95 cv do da S10. Sem sustos na lama Percorrendo as estradas de terra das fazendas e das imediações, as picapes vencem com tranqüilidade as imperfeições do terreno. Nessa situação, a Ranger leva pequena vantagem porque suas suspensões deixam a carroceria mais alta em relação ao chão. Na prática, isso significa mais conforto para quem está a bordo e capacidade para absorver os buracos tanto na terra quanto no asfalto, sem tanta trepidação. Na hora de vencer trechos completamente cobertos de lama, inacessíveis para um carro de passeio, basta acionar a tração 4x4 ao lado do volante. "Na S10, é só apertar um botão, mesmo que o carro esteja em movimento", afirmaria Diamantino. Na Ranger, o acionamento se dá por um seletor giratório (como o que acende os faróis da maioria dos carros). "É um comando fácil de manusear. Nada de ficar procurando esse ou aquele botão", observaria Anastácio. Com relação aos demais controles, as picapes merecem ressalvas. Na Ranger, o motorista precisa desviar o olho da pista por alguns instantes para ligar a ventilação interna, localizada abaixo do rádio. Na S10, a mesma operação obriga o motorista a esticar demais o braço. Outro incômodo na S10 surge na hora de fazer as curvas: o volante esterça pouco, exigindo certo esforço nas manobras. "É um sufoco estacionar a S10 numa vaga de shopping center, por exemplo", resmungaria Diamantino. Ao menos, elas possuem regulagem de altura na coluna de direção, impedindo que alguém mais alto raspe as pernas no volante na hora de guiar.
Fonte: Quatro Rodas, Ano 38, Nº 456, Julho/1998 |
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