REPORTAGENS | ||||||
Texto: Roberto Queiroz - Fotos e Ilustrações: Divulgação Lançada em 1981 nos Estados Unidos, onde é conhecida como C/K Series, a linha Silverado é sinônimo de longevidade, com mais de 16 anos de sucesso. No Brasil, com estilo renovado, o modelo surge conquistando o título Pickup do Ano© de Autoesporte. O Silverado recém-chegado ao Brasil é um produto adaptado às necessidades específicas do consumidor do Mercosul. Embora inspirado na linha vendida nos Estados Unidos, o pickup produzido na Argentina apresenta algumas características muito próprias em termos de aparência e motorização. As diferenças não estão apenas nas opções disponíveis de carroceria ou rodado traseiro que, com o tempo, a General Motors deverá introduzir por aqui. Um maior número de versões, como as cabines estendida e dupla, e o Tahoe, o utilitário esportivo desenvolvido a partir da plataforma do Silverado, são armas guardadas para enfrentar a concorrência no momento certo. Os dois motores a diesel incorporadois na linha - MWM Turbo High Speed de seis cilindros e Maxion aspirado de quatro cilindros - são exclusivos da configuração Mercosul, enquanto o Powertech a gasolina é um ponto em comum com a séria americana. Do ponto de vista estético, contudo, o grande trabalho desenvolvido pela GMB tratou dos chamados itens de aparência, conforme explica Nélson dos Santos Barros, gerente do estúdo de design de São Caetano do Sul. "Havia a necessidade de criar diferentes níveis de acabamento, para as versões Standard e DLX. Nosso maior desafio foi fazer com que cada uma delas tivesse uma identificação visual fácil", explica. O design da GMB partiu do luxo, do padrão americano, para chegar à versão Standard, mais simplificada. Todo o trabalho experimental e de desenvolvimento foi feito em cima de um pickup real, chamado de "mula". O veículo foi dividido ao meio, virando versão Standard do lado direito e DLX do esquerdo. Interna e externamente. Os agregados, aí sim, eram aplicados em mock-up (imitações artesanais feitas de argila, madeira, fibra de vidro, et.), caso das rodas e pneus no estágio inicial. Viva a diferença... Como bons exemplos da diferença surgem as grades e pára-choques pintados de preto ou ainda a retirada da moldura de proteção lateral, ou "borrachão", do pickup Standard. Internamente, é o acabamento dos pinéis e bancos que permite a identificação. Por outro lado, as modificações incorporadas aos conjuntos óticos dianteiro e traseiro foram motivadas por exigências de legislação. Faróis, pisca-pisca e lanternas, bem como a luz auxiliar de freio, tiveram de ser redesenhados. Enquanto a lanterna traseira americana é totalmente vermelha, a brasileira tem aplicações na cores âmbar e branca. E o brake-light, que era branco, até para poder iluminar a caçamba, ficou vermelho. Outras diferenças são de cunho puramente funcional. Estão nessa caterogira a grade incorporada ao vidro traseiro, o estribo, as rodas estilizadas, o novo grafismo dos emblemas, o acabamento interno de tecido e a adaptação do painel para rádio DIN. É que nos Estados Unidos cada veículo pode ter seu rádio de um tamanho diferente, o que não ocorre no Brasil. A adoção da grade foi motivada exclusivamente como proteção contra roubo do veículo ou do equipamento de som. Ela não existe nos Estados Unidos. Da mesma forma está o estribo, exigência do consumidor local. Ao contrário do que ocorre por aqui, o grafismo do nome Silverado passa praticamente despercebido no pickup americano, limitado a uma pequena placa na coluna B. O design de estamparia foi modificado em apenas dois pontos em relação à carroceria americana. No primeiro deles, atendendo a uma característica brasileira, o tanque foi passado da esquerda para a direita, posicionado atrás da caixa de roda. E o outro foi na cabine, com o retrabalho de modificação feito no teto, para fixação da grade de proteção do vidro traseiro. Barros recorda que, nos anos 80, o Silverado americano passou por dois face-lifts e um ornamentation que representa modificações estéticas de menor porte. "O design do modelo atual tem quatro anos", diz. O lançamento no Mercosul exigiu de seu departamento um empenho contínuo de dois anos. "O trabalho maior foi mesmo o exercício de como diferenciar visualmente o nível Standard do DLX. É difícil deixar um carro bonito ainda bonito depois de limpar tanta ornamentação, pois se básico é básico, desagradável é outra coisa", comenta. As diferenças de motorização também exigiram o dedo do design. Foi preciso mexer, em conjunto com o fabricante do motor, na aparência do cabeçote do MWM Sprint, que ganhou uma tampa prata, para contrastar com a cor preta do bloco. Também a forma e a disposição dos componentes no cofre foram objeto de estudos, no chamado underhood design. Fonte: Autoesporte, Nº 389, Outubro/1997 |
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