REPORTAGENS


SILVERADO: VOCÊ TROCARIA A F-1000 POR ESTA PICAPE?

Quatro Rodas fez a pergunta acima a três donos do consagrado utilitário da Ford, convidados a experimentar o novo veículo que a General Motors importa da Argentina. E nós também respondemos, como proprietários da F-1000 do "Teste de 60 000 km". Além disso, realizamos o teste completo, para comparar os resultados da Silverado com os da rival e os de sua antecessora, a D-20, que sai de linha. Para completar, ouvimos, também, a opinião de um dono de D-20 para saber se ele continuará fiel à marca. Acompanhe a reportagem e saiba se a troca compensa.

"O design é maravilhoso! Ela é a mais bonita entre as picapes grandes"
João Paulo Bianco

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Não há como negar que a Silverado é bem mais moderna que sua antecessora. Ao contrário do que fez com a S10, porém, quando adaptou alguns detalhes para adequá-la ao gosto brasileiro, a General Motors manteve o estilo americano, repleto de detalhes cromados (apenas a versão básica, equipada com motor diesel aspirado vem com grade pintada em preto-fosco). A Silverado é mais comprida (4,94 m contra 4,83 m) e mais larga (2,25 m contra 1,99 m) que sua antecessora, a D-20. Porém mais baixa (1,86 m da Silverado contra 1,88 m da D-20), em virtude da ausência da escotilha no teto. As janelas não possuem quebra-vento e os retrovisores extrnos, com novo formato, garantem boa visibilidade. Atrás, as lanternas foram redesenhadas, tornando-se mais compridas, e são auxiliadas por uma terceira luz de freio no alto da cabine. As rodas de liga leve dão um toque de esportividade. Pela reação do público, constatada durante o período de testes, a GM acertou em cheio no design.

"Já estava na hora de mudar"
Victor Nahamir, aguardando a chegada da versão cabine dupla

Não foram apenas os donos de F-1000 que gostaram da Silverado. Victor Nahamir Rui, funcionário público e dono de uma D-20 há oito anos, não teria dúvida em trocar sua picape atual pela nova Chevrolet. Após um rápido test-drive, ele apontou como principais qualidades do novo modelo o design ("Bastante avançado e moderno, capaz de deixá-la mais bonita") e a potência. Ele apenas lamenta o fato de a Silverado ainda não estar disponível numa versão mais espaçosa. "Seria interessante que a General Motors lançasse uma cabine dupla com o chassi estendido", afirma. "Isso proporcionaria mais espaço para passageiros e carga, atendendo ao público que gosta desse tipo de carro ou possui uma família maior, como é o meu caso". Acostumado com a condução de picapes no dia-a-dia, Nahamir não deixa dúvidas sobre preferência ao comparar sua D-20 com a Ford F-1000. "A D-20 é superior em todos os sentidos: motor, câmbio, suspensões, durabilidade e acabamento", acredita. Ele foi proprietário de uma F-1000 durante dois anos. Agora, pelo visto, vai continuar fiel à GM durante algum tempo.

"A caçamba parece muito boa, ideal para levar tudo que eu preciso"
Monica Chiatto Conejo

Embora possua a mesma capacidade de carga de sua antecessora (1.110 kg) e seja 1 cm mais comprida, a caçamba da Silverado é 13 cm mais estreita e 11 cm mais curta que a caçamba da F-1000. O novo modelo da General Motors leva vantagem também em relação à picape da Ford, que transporta 30 kg a menos (1.060 kg). Além disso, em sua versão mais luxuosa (DLX), apresenta como opcional o protetor de caçamba, bastante útil par quem carrega o veículo com freqüência.

"Ela é muito confortável. O interior parece o de um carro de luxo!"
Felipe Barletta

Nesse aspecto, a Silverado é, realmente, imbatível. O conforto ao dirigir e o acabamento são muito superiores aos da F-1000 e da D-20. Os comandos estão bem posicionados e fáceis de identificar. O volante de direção possui regulagem de altura. Os bancos mostraram-se confortáveis, sem ser macios demais. Vidros, retrovisores e trava das portas com acionamento elétrico aparecem como item de série na versão DLX. Com o auxílio da direção Servotronic, fica fácil conduzir a Silverado no trânsito urbano, mesmo nas manobras , já que o sistema é progressivo (quanto menor a velocidade, mais leve ela fica).

Apesar disso, alguns aspectos merecem críticas. Como o difícil acionamento do câmbio; a falta do manômetro da pressão do turbo; e o fato de alguns comandos serem identificados em inglês, como a trava das portas (lock) e o interruptor que mantém a luz de cortesia apagada mesmo com as portas abertas (dorne override).

O novo motor turbodiesel impressiona pela suavidade e pelo desempenho
(Opinião de Quatro Rodas)

Como proprietária de uma F-1000 Turbo (em uso desde fevereiro de 1996 no "Teste de 60 000 km), Quatro Rodas também se colocou no papel de consumidor ao analisar o lançamento da Silverado. Após os testes de pista, chegamos a conclusão de que valeria a pena trocar nossa F-1000 pela Silverado DLX. A nova picape deu um banho tanto na rival da Ford quando em sua antecessora (ambas testadas na edição de março). O grande responsável por isso é o novo motor MWM Sprint 6.07 T. Com 168 cv de potência e torque de 43,3 kgfm, aliou ótimo desempenho a baixo nível de ruído (embora mais alto do que o da F-1000).

Além disso, a Silverado é uma picape mais moderna que a extinta D-20 e sua rival Ford F-1000, como observaram todos os entrevistados. Embora a F-1000 tenha passado recentemente por uma reformulação, terá de melhorar mais para enfrentar a Silverado em pé de igualdade. Quem sabe, para isso, a Ford não traga a nova F-150, apresentada no ano passado nos Estados Unidos?

COMENTÁRIOS
Aceleração Apesar do câmbio ser muito duro, os resultados em relação aos da F-1000 e da D-20 foram muito bons. A Silverado nem parece uma picape grande, que pesa mais de 2 toneladas   4  
Retomada Outro belo resultado alcançado pelo novo utilitário. Aqui ela contou com o auxílio do turbocompressor, que entra em funcionamento a 1700 RPM. 4
Velocidade máxima Como se trata de um utilitário equipado com motor diesel, a marca é mais que satisfatória, principalmente se comparado às das outras picapes. 4
Aderência lateral Mais que o bom resultado alcançado, a Silverado merece destaque pelo comportamento nas curvas. A carroceria inclinou pouco e transmitiu a confiança necessária ao motorista. 3
Frenagem Dotada de ABS nas quatro rodas, obteve uma boa marca neste item, ainda mais levando-se em conta seu peso. Trata-se, porém de um equipamento opcional (só o ABS nas rodas traseiras é de série). 3
Consumo Item em que a Silverado deixou a desejar, pois até mesmo a D-20, que possuía um motor de concepção mais antiga, conseguindo números melhores. 2
Nível de ruído Apesar de o resultado ter sido pior que o alcançado pela F-1000, não se pode dizer que a picape da GM seja barulhenta. A suavidade de funcionamento de seu motor é um dos destaques positivos. 3
Motor Diesel de alta rotação, turboalimentado, com três vávulas por cilindro, é um dos destaques da Silverado, garantindo ótimo desempenho e muito conforto ao rodar. 4
Câmbio Com acionamento difícil, é o ponto negativo da picape. Além disso, o acabamento junto à base da alavanca é rústico, com metal e parafusos aparentes. 1
Carroceria Comparada com a D-20, a Silverado traz uma evolução inegável. Apesar de não possuir um desenho dos mais modernos, o excesso de detalhes cromados parece ter agradado ao público brasileiro. 3
Visibilidade A vigia de trás é bem dimensionada e a grade de proteção do vidro não chega a atrapalhar em manobras. As janelas, sem quebra vento, oferecem um bom campo de visão. Os retrovisores ganharam novo formato em relação a D-20, facilitando as manobras. O espelho interno não vibra muito e complementa bem a visibilidade oferecida pelos retrovisores externos. 3
Suspensão Apresentou boa relação entre conforto e estabilidade. A traseira, aliás, não pulou muito, nem com a caçamba vazia. 3
Direção Perfeita, mostrando-se leve nas manobras e firme em altas velocidades. 4
Rodas e pneus As bonitas rodas de liga são opcionais. Os pneus, adequados ao porte da Silverado, não provocaram muito ruído.  4 
Equipamentos O pacotes de ítens de série da Silverado é bastante completo. Pelo preço, porém, poderia incluir o ar-condicionado ou um sistema de som, ítens que são encontrados apenas como opcionais. 3

Fonte: Quatro Rodas, março/1997
Reportagem gentilmente enviada por Eduardo Sekiya

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