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Síntese Por Marco A. Souto-Maior 75% não é coisa pouca, principalmente com sinal negativo na frente. Pois esta é a queda registrada no mercado de picapes full size. Com tantos fregueses a menos a ex-líder do segmento teve, mesmo, que fazer um reload em seu principal representante, o Silverado Conquest. Surgiu a versão HD, cuja suspensão consente PBT próximo ao de um caminhão leve. Saudável Redução - "O incremento na capacidade de carga foi necessário em função da queda nos volumes", justifica Frederick Henderson, presidente da General Motors. Ainda que também crie restrição às vendas: com porte de caminhão o Silverado HD só pode ser dirigido por motoristas com CNH da categoria C. Mas, claro, produz uma saudável redução no IPI e no preço final. Na verdade uma coisa é função da outra: a falta de vendas pode ser explicada pela falta de peso. A GM lança mão do HD como meio de aplacar o incontestável sucesso do F-250 da Ford. Mais parrudo, com caçamba suficiente para levar 1 mil 520 kg na versão Super Duty, contra 1 mil 110 no Silverado, o picape Ford vende muito mais. É o que se chama de tunda. Aquilo que o Silverado deixou de vender este ano foi para o caixa da Ford. Em números: enquanto de janeiro a junho de 1998 o picape GM vendeu 4 mil 991 unidades, o concorrente, ainda como F-1000, vendeu 3 mil 850. Em 1999 as posições não apenas se inverteram. Foram, no mesmo tempo, 4 mil 867 F-250 contra 1 mil 366 Silverado, o que dá 71% de liderança. Agora a disputa fica mais equilibrada, à medida que parte do sucesso dos F-250 está também, na motorização MWM Sprint, turbodiesel de 6 cilindros e 168 cv, a mesma do Silverado. Racionalizar foi a palavra de ordem na nova linha 2000, também com relação a outros picapes. Antes de reforçar o Silverado a GM havia abandonado a versão da cabina estendida do S10. "A questão é a relação custo-benefício da estendida com a dupla", pondera Frederick Henderson. Convenhamos: são mesmo exíguos os benefícios do espaço quase fetal de uma estendida. A grande novidade desses picapes médios é a versão da cabina dupla Executive com o opcional do câmbio automático. A caixa se entendeu bem com o motor V6. Também em nome do conforto a GM reengenheirou toda a suspensão traseira do Blazer. O truque foi retirar as molas semi-elípticas herdadas dos picapes de carga e substituí-las por parabólicas, sabidamente mais macias. E mais um amortecedor especial ligando a longarina esquerda do chassi à carcaça do diferencial. Fora de compasso - A solução melhorou muito o shake lateral. A traseira do Blazer é outra em curvas e frenagens do tipo pânico. O problema, agora, é que a frente mais dura ficou fora de compasso nas curvas. "Temos muito no que trabalhar ainda", reconhece Edgard de Lucca, chefe do campo de provas de Cruz Alta. Fonte: Revista Autodata, nº 121, setembro/1999 |
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