REPORTAGENS | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Com motor mais potente e cores alegres, a Chevy já dá uma arrancada mais vigorosa, tanto nas pistas como nas curvas de vendas. Confira. Reportagem de Adilson Augusto / Fotos Milton Shirata As mudanças feitas este ano na linha Chevette foram especialmente favoráveis para a Chevy. Dão-lhe mais força para consolidar o avanço iniciado no ano passado, quando ela aumentou suas vendas em 40%, enquanto as vendas de suas concorrentes caíam. Tanto isso é verdade que nos primeiros meses deste ano a Chevy disparou à frente das Pampa, Saveiro e City e foi a mais vendida de nossas pequenas picapes. Há três bons motivos para essa virada da picape Chevette: • Preço — É mais barata que suas concorrentes mais diretas, Pampa e Saveiro. E o modelo SL (testamos o mais luxuoso SL/E) também é mais barato que a City, de desempenho bem inferior. • Desempenho — Se já era razoável — ficava abaixo apenas da Saveiro em nosso teste comparativo das quatro picapes (QR 315), melhorou significativamente com as mudanças feitas este ano no motor a álcool da linha Chevette: ganhou 10 cv de potência, além de mais torque. • Tração — É a única de sua categoría com tração traseira, que muitos ainda preferem, por facilitar as subidas em terrenos difíceis ou lamacentos. Além disso, a distribuição de peso entre os eixos fica mais equilibrada. E quem tem de enfrentar estradas ruins sabe das vantagens da tração traseira, o que explica a popularidade de carros como os extintos Fusca e Brasília. É verdade que a capacidade da caçamba da Chevy é menor — não muito — que a das outras. Mas, se observamos bem, é cada vez menos comum vermos essas pequenas picapes carregadas. Ou seja, o importante é que a caçamba exista para qualquer eventualidade. No mais, o que conta é ter um carro de aparência rústica, mas com todo o conforto de um sedã, só que para apenas duas pessoas. Uma exclusividade que elimina caronas indesejadas num passeio a dois, por exemplo, com a vantagem de se poder levar ainda uma moto. Não é por acaso que as picapes fazem tanto sucesso entre os jovens. A rusticidade dá só um toque especial e a caçamba permite a versatilidade de uso. Mas, definitivamente, uma picape como esta Chevy é muito mais um carro urbano e de lazer do que um veículo de trabalho e carga. E com direito a todos os requintes: a grande lista de opcionais (ver quadro) inclui até câmbio automático e ar-condicionado — estranhamente, aliás, faltam os controles elétricos de vidros laterais e retrovisores externos. A mecânica é robusta e, com a mexida que a GM deu no motor a álcool da linha Chevette 88, não se pode mais dizer que a Chevy seja lenta. Atingiu a velocidade máxima de 149,5 km/h (139,6 no último teste) e ganhou dois segundos na aceleração de 0 a 100 km/h (de 16,8 segundos para 14,24). É o resultado do acréscimo de 10 cv na potência (de 72 cv a 5.600 rpm para 82 cv a 5.200 rpm) e do aumento no torque, de 12,3 rnkgf a 3.200 rpm para 13 mkgf a 2.800 rpm — mais torque em baixas rotações, aumentando a agilidade do carro no trânsito. Nada de excepcional, mas o suficiente para dar novo vigor à Chevy e contentar os que não suportam carros de respostas lentas. Como marca de seu rejuvenescimento, a Chevy recebeu um adesivo colorido nas laterais. Assim, seu estilo já bem diferenciado pela frente em cunha e a caçamba alta ficou mais alegre e personalizado, para a curtição geral. Opcionais A Chevv SL/E que testamos tinha vidros verdes, bancos reclináveis com apoio de cabeça, vidro traseiro corrediço, temporizador e lavador de pára-brisa, retrovisores com controle interno, faixas laterais coloridas, pneus cidade e campo, faróis halógenos, embreagem eletromagnética do ventilador, alarme antifurto e grade protetora do vidro traseiro. Com isso, custava Cz$ 1.150.078 (contra Cz$ 1.008.527 do modelo básico, “pelado”). Poderia ter ainda cintos de três pontos (Cz$ 17.646), desembaçador com ar quente (Cz$ 6.466), ar-condicionado (Cz$ 214.666), pintura metálica (Cz$ 21.752) e câmbio automático (Cz$ 330.928). Seus concorrentes eram Saveiro GL (Cz$ 1.352.396) e Pampa GL (Cz$ 1.267.184). A mais despojada City (Cz$ 926.209) concorreria com a Chevy SL (Cz$ 881.158).
Fonte: Quatro Rodas, Ano 28, Nº 5, Maio/1988 |
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