REPORTAGENS


Blazer e Country
ELAS ESTÃO NA MODA

O corpo é de picape. E de jipe o arrojo com que enfrentam qualquer terreno, sempre com muito luxo e conforto. São as peruas cidade-campo.

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Reportagem de Emílio Camanzi / Fotos de Luís Roberto Nogueira

Elas gostam de ação

O chassi encurtado, a suspensão alta, os pneus largos - tudo lhes dá aparência agressiva. Requintadas, personalizadas, elas são feitas sob encomenda, a gasolina ou álcool, com ou sem equipamento de som ou de ar-condicionado. São carro para poucos: custam sempre mais de Cr$ 5 milhões.

Elas gostam do campo

Quem gosta de automóveis conhece bem nomes como Blazer, Bronco e Renegade. São modelos de carros norte-americanos para qualquer terreno, espécies de jipe, mas sem o desconforto dele. Ao contrário, são confortáveis, apesar de derivados de utilitários.

Enfim, carros da moda nos Estados Unidos, como continuam sendo as picapes incrementadas.

Foi para aproveitar a moda das picapes que duas empresas de São Paulo estão lançando versões mais sofisticadas delas: uma é a Country, feita pela SR (Souza Ramos), e outra é a Blazer, feita pela Sulam.

Elas foram emprestadas a Quatro Rodas para impressões ao dirigir exclusivas, antecipando o que se pode tornar nova moda, embora a transformação custe muito caro.

Apesar de seu estilo de carros para qualquer terreno, elas são luxuosas e confortáveis, boas para cidade ou estrada. Mas também servem para maus caminhos, comportando-se muito bem em estradas de terra.

Luxo e agressividade

A SR Veículos Especiais faz a Country de uma picape F-100, a álcool, gasolina ou diesel.

Pela ligação da SR com a Ford, a base para a Country foi a Bronco, norte-americana, de que se tiraram muitas idéias. A transformação completa ficava em Cr$ 2.000.000 em janeiro, fora, naturalmente, o preço da picape. Sem contar opcionais como pneus, rodas e pintura especiais.

A Country deve ser encomendada na SR Veículos Especiais, av. Eusébio Matoso, 167, telefones 211-9632 ou 212-1338, São Paulo, ou em qualquer concessionária Ford do Brasil. O prazo de entrega é de trinta a quarenta dias.

Na Sulam, a modificação é feita em picapes da linha Chevrolet, como a C-10, a gasolina, ou a A-10, a álcool, fornecidas pelos clientes.

Como a Sulam optou pela linha Chevrolet para a transformação, a Blazer da GM norte-americana foi a inspiradora até no nome.

Fazem parte da transformação, que também custava Cr$ 2.000.000 em janeiro, as abas dos pára-lamas, a pintura, os espelhos externos, vidros verdes com pára-brisa degradê, pára-choques maiores de fibra de vidro e grade com quatro faróis retangulares (o modelo em que andamos ainda não a tinha).

Todos os outros equipamentos são opcionais, como painel, rodas e pneus especiais, ar-condicionado e equipamentos de som. As encomendas podem ser feitas à Sulam, alameda dos Guatás, 494, telefones 276-1782 e 276-5533, São Paulo. O prazo de entrega é de trinta dias.

Sem problemas

Obviamente, o desempenho e o consumo (alto em qualquer caso) depende do motor, pois as opções são muitas. A Country em que andamos tinha motor de quatro cilindros a gasolina e a Blazer, de seis cilindros, também a gasolina.

Mas o que importa é seu comportamento, considerando as modificações mecânicas. O fato é que não notamos problemas de dirigibilidade comuns em veículos encurtados entre eixos (35 cm a Country e 28 cm a Blazer).

Tanto a Country quanto a Blazer se comportam bem, embora oscilem um pouco longitudinalmente. Mas nada que prejudique muito o conforto.

A estabilidade não é das melhores, principalmente por causa dos pneus lameiros, mas não compromete em situações normais, de forma que se pode viajar com eles sem problemas.

Com relação ao conforto, a Country tem espaço interno maior, permitindo, inclusive, que as pessoas se movimentem pelo interior sem atrapalhar o motorista. Entretanto, seus bancos, que à primeira vista parecem muito confortáveis, são macios demais e cansam em pouco tempo.

Na Blazer, apesar de o espaço ser menor, cinco pessoas se acomodam com muito conforto. Os bancos têm um revestimento mais firme e cansam menos, principalmente em viagens, por segurar o corpo melhor. Mas o espaço para a cabeça no banco traseiro é menor do que na Country.

A posição de dirigir, na Blazer, é mais confortável, pois o motorista se acomoda melhor, enquanto na Country a posição é mais forçada.

O nível de ruído interno é baixo, uma conseqüência do revestimento eficiente. Mas é preciso que se converse mais alto, porque o revestimento interno também absorve a voz.

Tanto uma como outra deveriam ter vidros traseiros com janela para melhorar a ventilação. No calor, também por causa da forração, a traseira fica muito abafada.

Como as duas são nominalmente feitas para enfrentar qualquer terreno (embora possam ser equipadas com pneus comuns), andamos com as duas também fora de estrada.

E o comportamento delas foi muito bom, mesmo em trechos enlameados e esburacados. Em conseqüência da menor distância entre eixos, elas ficaram mais fáceis de manobrar, possibilitando manobras rápidas e precisas em situações difíceis.

É claro que, se tanto a Country quando a Blazer estivessem equipadas com o diferencial autoblocante, que força as duas rodas a girar ao mesmo tempo (equipamento opcional tanto na picape Ford como na Chevrolet), o resultado teria sido melhor. Mas, de qualquer maneira, foi muito bom, demonstrando que elas podem ser usadas também em estradas de terra com o mesmo conforto. E, como são mais altas, vencem melhor os trechos de lama com os pneus especiais.

A Country, no entanto, deveria ter a suspensão traseira mais alta, pois bate no fim do curso com certa facilidade.

Conclusão

Quem tiver pelo menos Cr$ 2.500.000 para comprar uma picape, mais Cr$ 2.000.000 para a transformação e uns Cr$ 500.000 ou mais para outros equipamentos, certamente ficará satisfeito com a Country ou a Blazer. São carros da moda, muito bem-acabados, e cumprem seu papel principal muito bem: o de chamar a atenção de qualquer pessoa por onde passam.

Fonte: Quatro Rodas, Ano 23, nº 271, Fevereiro/1983
Reportagem gentilmente enviada por Eduardo Dantas e Adalberto

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